quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

olhos borrados, freados


a menina amarela acordou tarde, com aqueles mesmos olhos borrados de kajal. a menina acordou com uma sensação diferente: a de que no ontem tinha feito tudo certo. afinal, ela saíra de casa sozinha, a noite, mais uma vez, a procura dos prazeres do mundo. a vontade do amor proibido. o desejo de viver. mas, a cada acelerada que dava em seu carro, vinha em sua mente o freio. a cada gole, o freio. a cada olhar ao lado, o freio. ao passar da hora, o freio. e tudo se fez verdadeiramente prazeroso. sem excessos. sem mentiras. seria o novo tempo que ela tanto aguardou? pra que interrogação? a menina amarela no fundo da alma sabia que sim. o tempo em que a cobertuda de deus (eureca! finalmente, ela descobriu) está agindo na sua rotina. a menina amarela tem 30 anos, mas, ainda engatinha. é como uma criança descobrindo os sentindos. o verdadeiro sentido da vida - porque nunca é tarde. afinal, ainda eram três e quinze e o ano de 2008 ainda nem tinha acabado...

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